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quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Emílio Santiago lança primeiro DVD de sua gravadora no Pedro II

Ultima apresentações de "Só Danço Samba" acontece hoje quinta-feira dia 10/11/2011
  Sentimento, entrega pessoal e história são, mais do que palavras, significados circunscritos à boa música, na opinião de Emílio Santiago, cantor que em dezembro completa 67 anos. No alto de 40 anos de carreira, depois do sucesso de vendas em algumas das principais gravadoras do país - CID, Philips, Som Livre e Sony Music - , ele descreve como prazerosa a oportunidade de lançar o primeiro DVD com seu próprio selo, a Santiago Music.
Em meio à turnê de lançamento, Ribeirão Preto terá duas apresentações esta semana, no Theatro Pedro II. Se não amasse o que faz, garante, não cruzaria milhas para divulgar seu trabalho em pontos geográficos distantes, como Belém e São Paulo – shows agendados logo após a passagem por Ribeirão. Nessa toada de que cantar é preciso, Emílio tem se apresentado quase todos os finais de semana.
“Para um artista com 40 anos isso é glorioso. A gente tem que fazer por onde, tem que ir à luta, essa coisa de correr atrás do selo, de patrocínio, isso de certa forma é uma adrenalina essencial”, afirma. O cenário mp3, com o território livre da internet para downloads, não assusta o carioca. “Penso que aos 40 anos, já tenho uma bagagem para ter um selo e gravar o que quero. Transito bem no mercado fonográfico, desse mal não morreria. Se não fosse por prazer, não faria por obrigação”, diz.
 Ampara-se na constatação de que, apesar da velha assertiva de que brasileiro não tem memória para muitas coisas, o passado recente da música popular brasileira continua vivo no público. Saigon, clássico escrito por Claudio Cartier, Paulo Feital e Carlão, obrigatório para o set list de qualquer bom músico da noite, é exemplo disso.
Seria injusto com o público, assim, na visão de Santiago, que seus sucessos ficassem de lado. “Não posso deixar de cantar Saigon assim como Cauby Peixoto não pode deixar de cantar Conceição, assim como Gilberto Gil não pode deixar de cantar Super-Homem e Caetano Veloso não pode deixar de cantar Leãozinho. Acariciar o público relembrando não custa nada”, argumenta.
A contestação maior que ele expõe, embora não se arvore em análise específica, é da falta da veia visceral nos intérpretes da nova safra, o que muito os diferencia do que se via anteriormente. “A minha geração cantava uma outra música, a linguagem era outra. A música era muito mais rebuscada, mais melódica, harmoniosa, eram histórias cantadas”, comenta o melhor intérprete no Festival dos Festivais, da TV Globo em 1985.
Hoje, prossegue Emílio, ser sentimental é brega, o que, em suma, parece tirar o próprio sentido do ofício. Emoção é essencial, seja para um ator, seja para um cantor. “A gente se entregava muito, como um ator se entrega ao personagem. As pessoas acham que não podem fazer isso.” Continua, expondo que tal elemento é presente até em ícones mais polidos, como João Gilberto. “Aquelas notas e arranjos, tudo é muito coerente com a voz que ele escolheu para cantar”.
Cita, como exceção ao mar de vozes cool em demasia, Adriana Calcanhoto, pela verve vocal, pelas composições e pelo respeito às próprias referências musicais. “Acho muito coerente, trabalho de renovação, mas sem perder a essência das informações que adquiriu. Ela é muito vanguardista, de um brilhantismo muito grande.”
Ainda assim, teme pela instantaneidade da música, da ausência de produções atemporais, que permaneçam. A tecnologia tem sido determinante, de modo negativo, nesse processo, assim como a aposentadoria antecipada de suas referências. “Os meus compositores continuam vivos, mas ninguém faz mais música. Fazem livros, musicais para balé. Tudo hoje é muito tecnológico. Preocuparam-se com a globalização e esqueceram o sentimento. O que se escuta hoje não será ouvido amanhã”.
As influências musicais dele, claro, passam por Ed Lincoln, líder da banda que fez história entre as décadas de 1960 e 1980 e revelou intérpretes como Toni Tornado e Pedrinho Rodrigues, além de ritmos como samba-jazz. “Era um conjunto de baile maravilhoso. De muitos, lembro que as pessoas nem dançavam, ficavam olhando”, diz.
Como lição de casa às novas gerações, para mostrar lembranças de um tempo em que lirismo não era pecado, o “Só Danço Samba”, cujo CD homônimo foi lançado em 2010, traz sons produzidos em parceria com o mestre Lincoln. O projeto repete o constante anseio de celebrar o que a própria história aponta ser primordial. “As músicas são para relembrar aquele tempo. São sambas maravilhosos, para dançar de rosto colado.”
Serviço
Emílio Santiago – DVD Só Danço Samba
Local
: Theatro Pedro II (Rua: Álvares Cabral, 370 - Ribeirão Preto)
Data: 9 e 10 de novembro
Horário: 21h (quarta); 22h (quinta)
Classificação: 12 anos
Ingressos: plateia,frisas e balcão Nobre (R$ 100); balcão simples (R$ 80); galerias (R$ 60)
Classificação: 12 anos
Informações: (16) 3977-8111
Fonte:  http://eptv.globo.com/ribeiraopreto/variedades/NOT,2,2,377782,Emilio+Santiago+lanca+primeiro+DVD+de+sua+gravadora+no+Pedro+II.aspx

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